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[MÚSICA] A noção de que as organizações
são sistemas de aprendizagem foi explorada por diversos autores.
As principais ideias de Cyert e March, Argyris e Senge,
que estão entre esses autores,
serão analisadas nessa aula.
Para Cyert e March, é o processo decisório que produz a aprendizagem.
Mas, a aprendizagem é prejudicada porque o processo decisório
evita a incerteza e busca as soluções mais confortáveis.
A fuga da incerteza é uma das características do processo decisório.
As organizações dedicam muito mais atenção a resolver os problemas urgentes,
evitando as incertezas do longo prazo.
Cada vez que surge problema, e a organização consegue resolvê-lo,
cessa a busca de outras possíveis soluções.
A busca de soluções começa pelas soluções já conhecidas, evitando-se
a originalidade, já que a experiência produz uma sensação de segurança.
Se funcionou antes, deve funcionar novamente.
O processo de tomar decisões, possibilita a aprendizagem organizacional.
Os tomadores de decisão, não conhecem tudo,
o que deveriam conhecer, quando começam a resolver problema.
Eles aprendem a medida que progridem na solução de problemas.
É o processo decisório que produz aprendizagem não o contrário,
porque os tomadores de decisões agem por tentativa e erro e ao fazê-lo descobrem
o que é possível e impossível.
Num ambiente que se aprende apenas a seguir as regras, sem a aquisição de novas
competências, o processo de aprendizagem tem mecanismo de circuito simples.
Os erros são detectados, mas não são corrigidos.
para permitir a aprendizagem organizacional, Argyris e Schon,
propõem a ação participativa, que cria o comprometimento interno.
A participação, produz processo de aprendizagem com reforço duplo,
que a mudança de comportamento, por meio da aquisição de novas competências.
Peter Senge postula a ideia de que as organizações,
para terem sucesso, devem aprender a lidar com a mudança contínua.
Devem tornar-se organizações que aprendem (learning organizations).
Senge também reconhece, como os outros autores, que
as organizações têm certas características que as incapacitam para a aprendizagem.
Por exemplo, a preocupação com eventos imediatos,
que impedem a visão de padrões de mudança de longo prazo.
Para combater as dificuldades e criar as condições para a aprendizagem
organizacional, Senge propõe cinco disciplinas.
Primeira disciplina, domínio pessoal.
As pessoas devem procurar ter o mais alto nível possível de controle.
Não sobre outras pessoas, mas sobre si próprias.
A primeira disciplina de Senge, é o autocontrole ou disciplina pessoal.
Que significa a capacidade de as pessoas entederem a si próprias,
e terem clareza quanto a seus objetivos.
Aprendizagem pessoal é a base da aprendizagem organizacional.
Segunda disciplina, modelos mentais.
A segunda disciplina compreende o questionamento dos modelos mentais
implícitos que os membros da organização carregam.
Modelos mentais são crenças, atitudes e percepções a respeito de clientes,
produtos, ambiente, funcionários e outros aspectos da organização.
Os modelos mentais transformam-se hábitos que dificilmente são questionados,
muito menos, abandonados.
O sucesso da organização, depende de sua capacidade de enxergar de maneira
eficiente, e mudar costumes e procedimentos arregados sua cultura.
Terceira disciplina, visão compartilhada.
A terceira disciplina, a visão compartilhada,
significa o entendimento comum a respeito do futuro da organização.
A visão não é uma posição artificial para constar de manuais.
Segundo Senge, uma visão genuína e aceita por todos os membros,
é uma das chaves para o sucesso da organização.
Quarta disciplina, aprendizagem equipe.
Num ambiente cooperativo,
o grupo de trabalho consegue ser mais do que simples agrupamento de indivíduos.
O potencial de sinergia se desenvolve, possibilitando ao grupo ser
mais inteligente que seus integrantes individualmente.
Para que a inteligência grupal se materialize,
a cooperação deve substituir as guerras entre feudos organizacionais.
Quinta disciplina, pensamento sistêmico.
Pensamento sistêmico, é a quinta disciplina,
que permite integrar e compreender as demais.
Para Senge é necessário raciocinar de forma sistêmica,
ao invés de enxergar apenas o que está mais perto do observador.
A contribuição principal da quinta disciplina, é a arte,
de enxergar ao mesmo tempo, a floresta e as árvores.
E não apenas o conjunto dessas últimas,
o que é usual quando se tem a visão imediatista.